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Deixando seu WordPress mais Seguro

Dica de como aumentar a segurança do seu site ou blog feito em Wordpress. Esta postagem aborda 9 itens que podem fazer a diferença entre não virar estatística de sites hackeados.

Em 2014 o número de utilizadores do WordPress só vem aumentando, ele já ocupa 60,9% do mercado de sites com gerenciamento de conteúdo. De pequeno a grandes portais todos devem se preocupar com a segurança de seus sites e hoje, vamos compartilhar uma dica que pode fazer a o seu site não ser “mais um blog em WordPress”.

De acordo com o relatório da w3techs.com, todos os sites com gerenciamento de conteúdo, 60,9% estão em WordPress.

WordPress is used by 60.9% of all the websites whose content management system we know. This is 23.2% of all websites.

 

A dica postada hoje foi escrita pelo Tiago Hillebrandt. Vale a pena a leitura.

 

Nos dias atuais, infelizmente a segurança não tem sido encarada da forma que deveria por muitos desenvolvedores, e até mesmo pelas empresas de hospedagem.

É muito comum encontrarmos instalações sendo invadidas pelo descuido em questões básicas de segurança, como permissões de arquivos ou hashes não atualizados no wp-config.php.

Com base nisso, resolvi publicar aqui um simples tutorial separado por etapas com algumas boas dicas de segurança focadas em WordPress.

 

1. PHP

Basicamente, é de suma importância manter as seguintes diretivas no seu php.ini:

display_errors=Off
allow_url_fopen=Off
disable_functions=popen,exec,system,passthru,proc_open,shell_exec,highlight_file,escapeshellcmd,pcntl_exec

Essas diretivas irão desabilitar algumas funções que podem representar risco para seu servidor.

Mas e se meu tema ou um dos meus plugins usar alguma dessas funções? Considere removê-lo ou substituí-lo!

Por exemplo, é comum ver plugins usando a função exec() para manipular imagens. Manipulação de imagens é um processo que em geral consome muitos recursos do servidor, e certamente vai acarretar na perda de performance em seu site. Assim, além de todas as questões de segurança envolvidas, temos mais um motivo para não utilizar esses plugins.

 

2. Servidor web

A página Hardening WordPress no Codex recomenda a adição de algumas regras no servidor web para segurança do diretório wp-includes e do arquivowp-config.php.

 

2.1. Nginx

Se o seu servidor web for o Apache, ignore essa etapa.

Como as regras estão no formato Apache, efetuei a conversão delas para o formato Nginx manualmente.

Assim, você deverá editar o arquivo de configuração do seu site, geralmente disponível em /etc/nginx/sites-available/, e adicionar as seguintes linhas:

# WordPress Hardening
if ($request_uri ~ ^/wp-admin/includes/) { return 403; }
if ($request_uri ~ ^/wp-includes/js/tinymce/langs/.+\.php$) { return 403; }
if ($request_uri ~ ^/wp-includes/theme-compat/) { return 403; }
if ($request_uri ~ ^/wp-config\.php$) { return 403; }

 

Além disso, a linha abaixo também deverá ser adicionada se você NÃO estiver rodando uma instalação multisite do WordPress:

if ($request_uri ~ ^/wp-includes/[^/]+\.php$) { return 403; }

 

Após adicionar as linhas, salve o arquivo, dê um reload no Nginx e voilá.

 

2.2. Apache

Se o seu servidor web for o Nginx, ignore essa etapa.

Você deverá editar o arquivo .htaccess do seu site e adicionar as seguintes instruções:

# WordPress Hardening: wp-config.php
<files wp-config.php>
order allow,deny
deny from all
</files>

 

# Disables the access to htaccess file
<files .htaccess>
order allow,deny
deny from all
</files>

 

# WordPress Hardening: wp-includes
<IfModule mod_rewrite.c>
RewriteEngine On
RewriteBase /
RewriteRule ^wp-admin/includes/ - [F,L]
RewriteRule !^wp-includes/ - [S=3]
RewriteRule ^wp-includes/[^/]+\.php$ - [F,L]
RewriteRule ^wp-includes/js/tinymce/langs/.+\.php - [F,L]
RewriteRule ^wp-includes/theme-compat/ - [F,L]
</IfModule>

 

Além disso, a linha abaixo também deverá ser adicionada dentro do bloco do wp-includes se você NÃO estiver rodando uma instalação multisite do WordPress:

RewriteRule ^wp-includes/[^/]+\.php$ - [F,L]

 

Feito isso, salve o arquivo e voilà, o Apache deverá carregar suas regras automaticamente.

 

3. MySQL

Primeiramente, recomendaria adicionar a seguinte linha ao seu my.cnf:

bind-address=127.0.0.1

 

Feito isso, basta salvar o arquivo e reiniciar o MySQL. Com aquela linha, somente acessos vindouros do próprio servidor serão aceitos.

Em relação a base de dados, meu conselho seria criar um usuário dedicado porsite rodando WordPress.

Para criar um novo usuário, basta executar os seguintes comandos SQL como root — substituindo database pelo nome da sua base de dados, user pelo nome de usuário e password pela senha desejada:

GRANT ALL PRIVILEGES ON database.* TO user@'localhost' IDENTIFIED BY 'password';
FLUSH PRIVILEGES;

 

Um bom site para gerar senhas é o Random Keygen.

Depois disso, vá até o seu wp-config.php e edite as credenciais de acordo com o novo usuário que criou.

 

4. Permissões dos arquivos e diretórios

É muito comum encontrarmos instalações WordPress com permissões atribuídas de maneira inadequada e potencialmente perigosas, principalmente se tratando de hospedagens compartilhadas (shared hosting).

O mais comum dos erros nessa etapa é a definição recursiva da permissão 777 para o diretório wp-content/uploads/. Fazendo uma pequena pesquisa é possível encontrar uma conhecida empresa de hospedagem aqui no Brasil recomendando o uso dessa permissão naquele diretório.

Para evitar dores de cabeça devido a permissões inapropriadas, basta executar três comandos no diretório onde seu site está instalado:

# find . -type d -exec chmod 755 {} \;
# find . -type f -exec chmod 644 {} \;
# chmod 400 wp-config.php

 

Assim, todos os diretórios terão permissão 755, e todos os arquivos 644, conforme recomendado pela página Hardening WordPress disponível noCodex. Além disso, adicionalmente seu wp-config.php terá permissões de somente leitura para o usuário root.

Na Synthesis, que oferece hospedagem especializada em WordPress, essas permissões já estão definidas por padrão na sua instalação!

Está usando uma hospedagem compartilhada e não tem acesso ao servidor para executar os comandos? Envie um e-mail para o suporte ténico da empresa solicitando para executarem estes comandos em sua instalação WordPress. Provavelmente eles não irão se opor, se tratando apenas de três simples comandos.

Dica: se a empresa não for capaz de rodar aqueles comandos por você, confie em mim, mude de hospedagem o mais rápido possível.

 

5. Hashes do wp-config.php

Possivelmente, navegando pelo wp-config.php, você já se deparou com as seguintes constantes:

define('AUTH_KEY', 'put your unique phrase here');
define('SECURE_AUTH_KEY', 'put your unique phrase here');
define('LOGGED_IN_KEY', 'put your unique phrase here');
define('NONCE_KEY', 'put your unique phrase here');
define('AUTH_SALT', 'put your unique phrase here');
define('SECURE_AUTH_SALT', 'put your unique phrase here');
define('LOGGED_IN_SALT', 'put your unique phrase here');
define('NONCE_SALT', 'put your unique phrase here');

 

Daria para escrever um belo texto explicando essas constantes e como o WordPress lida com elas, mas vou simplificar para não fugirmos do foco do texto.

As constantes AUTH_KEY, SECURE_AUTH_KEY, LOGGED_IN_KEY eNONCE_KEY são responsáveis por garantir a criptografia dos cookies do usuário gerados pelo WordPress. O sistema de autenticação do WordPress é baseado nesses cookies.

Quer tirar a prova real? Autentique-se no Dashboard, edite o valor da constanteAUTH_KEY no seu wp-config.php e dê um refresh na página recém-autenticada do Dashboard. Você será direcionado(a) para página de log in do WordPress.

Repare que para cada KEY há um SALT correspondente. As KEYs adicionam elementos aleatórios para a senha. Já os SALTs são usados para melhorar ainda mais o resultado gerado pelas KEYs.

Deixando a teoria de lado, para nos auxiliar o time do WordPress disponibilizou uma pequena função em sua API para gerar os valores das constantes automaticamente: https://api.wordpress.org/secret-key/1.1/salt/

Assim, basta acessar a página acima, copiar o conteúdo dela e substituir as atuais constantes KEYs e SALTs em seu wp-config.php com as geradas pela API.

 

6. Atualizações do WordPress

É sempre importante manter seu WordPress atualizado.

As versões pontuais em geral trazem correções de bugs e pequenas modificações. Assim, é sempre uma boa prática configurar o WordPress para recebê-las automaticamente.

Como exemplo, cito a versão 3.8.1 do WordPress, que trouxe a correção de 31 bugs existentes na versão 3.8.

Para ativar as atualizações automáticas das versões pontuais, adicione a seguinte linha ao seu wp-config.php:

define('WP_AUTO_UPDATE_CORE', 'minor');

 

Depois disso basta salvar o arquivo e fechá-lo.

 

7. WordPress, plugins e temas

Por padrão, o WordPress permite editar arquivos PHP via Dashboard. Isso pode trazer grandes problemas se alguém que não deveria, de alguma forma, obtiver acesso ao Dashboard.

Assim, recomendo que desabilite o editor padrão do WordPress e edite seus arquivos somente via SFTP ou SSH. Para desabilitá-lo, basta adicionar a seguinte linha ao wp-config.php:

define('DISALLOW_FILE_EDIT', true);

 

Outro ponto importante: manter seus temas e plugins atualizados. As atualizações trazem correções de segurança e de demais bugs, bem como novas funcionalidades para o tema ou plugin.

Também é importante ter certeza que o plugin ou tema continua sendo suportado pelo(s) desenvolvedor(es), bem como verificar se ele é compatível com sua atual versão do WordPress.

Além disso, temas e plugins que não estão sendo usados devem ser removidos do seu WordPress, pois podem representar problemas de segurança, tendo em vista que continuam acessíveis mesmo quando desativados no Dashboard.

 

8. Proteção contra ataques DDoS ao xmlrpc.php

Atualmente existe uma onda de ataques DDoS destinados ao arquivo xmlrpc.php das instalações WordPress. E é muito comum ver este tipo de ataque comprometer a performance do site e, muitas vezes, até tirá-lo do ar.

Para resolver o problema, a Sucuri.net – empresa especializada em segurança WordPress – recomenda que o protocolo XMLRPC (pingback) seja desativado.

Com base no código recomendado pela Sucuri, escrevi um pequeno plugin que pode ser adicionado ao WordPress. Basta criar um arquivo chamado disable-xmlrpc.php em seu diretório de plugins (normalmente wp-content/plugins/) com o seguinte conteúdo:

/**
 * Plugin Name: Disable XMLRPC
 * Description: This plugin disables the XMLRPC protocol to avoid DDoS attacks.
 * Version: 0.1 by Sucuri Security
 */

 

add_filter( 'xmlrpc_methods', function( $methods ) {
 unset( $methods['pingback.ping'] );
 return $methods;
} );

 

Depois disso, salve e feche o arquivo, vá até o Dashboard e habilite o plugin

ATUALIZAÇÃO: seguindo a dica do Diego, o bloqueio sugerido pela Sucuri.net é efetuado por meio de código PHP. Ou seja, vai funcionar porém exigirá vários recursos do servidor para, por exemplo, bloquear um ataque DDoS. Assim, se torna mais eficiente colocar este bloqueio diretamente no servidor web.

Com base nisso, apresento abaixo uma solução mais eficiente, bloqueando as requisições ao XMLRPC diretamente no servidor web.

Nginx
Adicionar a seguinte linha no arquivo de configuração do seu site:

if ($request_uri ~ ^/xmlrpc\.php$) { return 403; }

 

Após adicionar, será necessário reiniciar o Nginx.

Apache
Basta adicionar a seguinte regra ao seu .htaccess:

# Disables the access to XMLRPC file
<files xmlrpc.php>
order allow,deny
deny from all
</files>

 

9. Outras medidas de segurança

Além das dicas anteriores, seguem algumas outras medidas de segurança que poderiam ser adotadas:

  • Instalar um plugin de segurança para evitar ataques de força bruta e/ouDDoS
  • Manter os softwares do servidor atualizados
  • Atualizar as senhas dos usuários esporadicamente
  • Configurar um firewall
  • Habilitar autenticação HTTP básica para acessar o wp-admin

 

O que achou das dicas? Esse tutorial lhe ajudou de alguma forma? Se sim, tudo que peço é que ajude a divulgá-lo. E não esqueça de compartilhar suas experiências e dicas nos comentários, para incrementar ainda mais a troca de conhecimento por aqui.


This post was last modified on 1 de maio de 2018 15:16

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